Eu adoro a Rosane de Oliveira. Fico impressionado com a inteligência e com a habilidade com que ela lida para falar de política. Esse texto em especial achei fabuloso, ótima reflexão sobre cidadania – afinal, cidadania não é só votar. Fica aqui a dica, não só do texto mas também da reflexão que ele propõe.
Só querem o meu dinheiro
Passado o Natal, encontro na minha caixa de correio a correspondência da Secretaria da Fazenda com uma proposta tentadora para pagar o IPVA antecipado. Se eu pagar até 9 de janeiro, diz a carta, terei 5% de desconto sobre o valor da Unidade Padrão Fiscal sem a correção. Diz a carta que com esses descontos, mais os 15% a que tenho direito como boa motorista que não teve multa nos últimos dois anos (lei do deputado Iradir Pietroski), vou pagar 24% menos! Ou seja: R$ 1.065,18, sem o seguro obrigatório que precisa ser pago à parte.
Ainda não decidi se vou antecipar o pagamento, até porque a prefeitura também mandou sua cartinha com uma proposta irrecusável para que eu antecipe o IPTU. Vou pagar o IPTU antecipado, porque fiz as contas e concluí que é um grande negócio. E vou pagar sem me incomodar, porque os serviços no meu bairro funcionam: o lixo é recolhido direitinho, as ruas são varridas regularmente e a iluminação pública, de um modo geral, é eficiente. O que me incomoda é saber que em outros bairros esses serviços são bem precários.
Como o meu IPVA só vence em junho, tenho até 9 de janeiro para decidir. Provavelmente vou pagar só no último dia, por motivos psicológicos: dói-me pagar essa pequena fortuna de IPVA e só ter estradas transitáveis onde se paga pedágio. Irrita-me não poder visitar minha família com freqüência porque a estrada de acesso à minha pequena cidade se tornou intransitável. A situação é tão absurda que as pessoas preferem andar alguns quilômetros a mais, por estrada de chão batido, para fugir do ex-asfalto construído no tempo do governador Pedro Simon e hoje uma sucessão de crateras que ameaçam a segurança do vivente e os componentes do carro.
OK, eu sei que o IPVA é um imposto que o Estado repassa parte para os municípios e coloca o resto no caixa único, sem qualquer obrigação de usar o dinheiro na conservação das estradas. Obrigatória para as estradas é a Cide, que a gente paga meio sem perceber, embutida no preço do combustível. Mas se é obrigação do Estado conservar estradas, pergunto: quem vai pagar o estrago se eu quebrar uma ponta de eixo, furar um pneu ou estragar os amortecedores quando circular por uma ex-estrada vicinal que ninguém se julga na obrigação de consertar?
Bjinho
Rafa
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&tipo=1§ion=Blogs&p=1&coldir=2&blog=218&topo=3951.dwt&uf=1&local=1
domingo, 28 de dezembro de 2008
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