Preparei esse semestre uma monografia sobre a tragédia As Troianas, de Eurípides. Fiquei encantado com ela, tanto que resolvi dividir com vocês aqui no blog. Esse é o trecho da conclusão de meu trabalho, até por que ele é muito longo para caber no blog, e com uma tecnicidade que não comporta. Espero que esse seja o chamariz para que vocês leiam esse e as demais tragédias.
"Eurípides é sem dúvida um dos três grandes tragediógrafos da literatura ocidental, e isso fica evidente na tragédia que foi proposta a ser analisada. Através de As Troianas, o autor conseguiu traçar um paralelo entre uma guerra em curso, à época em que a peça foi encenada, com um evento mítico no imaginário grego, o saque a Tróia. Seu relato é tão impressionante que torna possível a atualidade desse tema até os dias de hoje, e seu relato possa ser comparado a guerras atuais, como a do Iraque ou a dos Balcãs. O destino das mulheres de Tróia, da rainha Hécuba, das princesas Polìxena, Cassandra e Andrômaca é o destino das mulheres de Bagdá, do Rio de Janeiro, de Sarajevo, de Jerusalém. Mulheres que são violadas, humilhadas, subjugadas, vêm seus filhos sendo mortos, diariamente, mulheres incapazes de perceber que a guerra pode ser lucrativa para alguém, ou que seu horror é o custo pago pelo beneficio de poucos “senhores”. Eurípides, através do relato dessas mulheres troianas, desvenda a alma humana, demonstra o quando a guerra pode ser prejudicial, para ambos os lados envolvidos, o papel da mulher na cultura ocidental, e o poder destrutivo do ser humano quando inspirado pela cega ambição de fortuna e poder. As Troianas nos causa pena, raiva, horror, indignação, medo, compaixão, atingindo assim a descrição de Aristóteles de uma bela tragédia."
Bjinho
Rafa
sábado, 20 de setembro de 2008
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