quinta-feira, 24 de julho de 2008

Saindo de cena


Para quem ainda não sabe a Dercy Gonçalves morreu. Numa comunidade que participo no orkut surgiu uma pequena discussão sobre a Dercy, em meio as homenagens e despedidas a ela.
Alguns defenderamm que ela não passava de uma velha desbocada, outros que era uma mulher de vanguarda, que quebrou vários paradigmas, e alguns que não passava de uma sobrevivente da era das chanchadas, do rádio, e que só sobreviveu, pois soube chamar a atenção vestindo a personagem da velha desbocada. Muitas opiniões sobre uma mesma pessoa. Teve um comentário que me chamou a atenção. Disseram que a Dercy foi a legítima representante do povo, que foi ela quem levou o povo a tevê, que retratou a povão na tevê. Graças a ela que a cultura popular chegou à mídia, e que não só de Medeia e Otelo vive a cultura brasileira.
Juro que isso ficou me remoendo, será mesmo que foi Dercy tudo isso? Até que ponto a mídia construiu uma imagem, que correspondia ou não a verdadeira Dercy. Maria Adelaide Amaral, quem escreveu sua biografia, revelou que não tinha conhecido ninguém tão moralista e solitária até entrevistar Dercy.
Agora me pergunto, como é que uma pessoa constrói a imagem de outra? Até que ponto sou responsável pela imagem a mim associada por outra pessoa? Quais os critérios seguidos por nós quando criamos a imagem de alguém, seja um ente próximo ou uma celebridade? Porque criamos imagens dos outros, às vezes até distorcidas?
Mais uma vez trago perguntas, e fico longe de respostas.
Bjs Rafa

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